segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Programação Março - 2009 - Charles Chaplin

Um dos maiores artistas da história do cinema, o inglês Charles Chaplin encanta platéias há gerações, atuando, escrevendo, dirigindo, produzindo e financiando os seus próprios e inesquecíveis filmes.
O Cine Clube Ybitu Katu exibe:
07/03: Curtas - Vida de Cachorro (1918), Carlitos Presidiário (1917) e Carlitos Guarda-Noturno (1917)
14/03: O garoto (1921)
21/03: Luzes da Cidade (1931)
28/03: O grande ditador (1941)

Cartaz Março/Abril - 2009



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

14/02 - O Rei e o Pássaro

O rei e o pássaro - Direção: Paul Grimault. Duração: 87 minutos

Sinopse
No mundo dos desenhos animados, há um reino chamado Taquicardia.
Nele, o rei é muito vaidoso, caprichoso, um tanto quanto cruel e, mesmo tendo uma péssima pontaria, adora cometer a crueldade que é caçar passarinhos.
Como todo rei, esse também tem um bando de súditos falsos que vivem bajulando-o e fazendo de tudo para que as vontades de Sua Ignorante Majestade sejam cumpridas em todos os detalhes.
Mas, durante uma enigmática noite, deliciosamente, as estátuas e os personagens dos retratos do Rei ganham vida e se divertem pelo castelo e pelo mundo a sua volta.

Assista aqui a um pequeno trecho do filme.

Biografia - Paul Grimault

Paul Grimault (Neuilly-sur-Seine, 23 de março de 1905 — Yvelines, 29 de março de 1994) foi um dos mais importantes animadores da França. Realizou muitos filmes com animação tradicional, delicados em estilo, satíricos e líricos. Seu trabalho mais importante é La Bergère et le Ramoneur. Começou a fazer o filme em 1948. Como o trabalho estava muito atrasado, o sócio de Grimault, André Sarrut, exibiu o filme inacabado em 1952, contra a vontade de Grimault. Isso causou um atrito entre os sócios e parou a produção. Em 1967, Grimault tomou posse judicialmente do filme e terminou-o sob um novo título, Le Roi et l'oiseau (O Rei e o pássaro), em 1980.

Filmografia

Longas-metragem
-La Table tournante, La (1988)
-Le Roi et l'oiseau, Le (O rei e o pássaro) (1980)

Curtas-metragem
- Le Chien mélomane (1973)*
- Le Diamant (1970)*
- Enrico cuisinier (1954)
- La Bergère et le ramoneur (1952)
- Le Petit soldat (1947)*
- La Flûte magique (1946)*
- Le Voleur de paratonnerres (1944)*
- L´Épouvantail (1943)*
- Les Passagers de la Grande Ourse (1943)*
- Le Marchand de notes (1942)*
- Le Messager de la lumière(1938)*
- La Séance de spiritisme est terminée (1931)

*Ao clicar nos links marcados por * você poderá assistir a animação completa no youtube.

E clicando aqui, você pode visitar a página oficial de Paul Grimault.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

07/02 - Waking life

Waking life - Direção: Richard Linklater. Duração: 100 minutos

Sinopse
Após não conseguir acordar de um sonho, um jovem passa a encontrar pessoas da vida real em seu mundo imaginário, com quem têm longas conversas sobre os vários estados da consciência humana e discussões filosóficas e religiosas. O diretor Richard Linklater realiza um filme extremamente original onde ele inicialmente rodou todas as cenas do filme com os atores do elenco, repassando-as depois para Bob Sabiston, que com sua equipe de 30 animadores recobriu cada cena através da computação gráfica utilizando a técnica de rotoscopia digital, transformando o filme em um longa de animação de estética surrealista. Ganhou os prêmios Cinema do Futuro e Lanterna Mágica no Festival de Veneza em 2001.

Assista aqui ao trailer.

Biografia - Richard Linklater

O cineasta norte-americano Richard Linklater nasceu em Houston em 30 de julho de 1960. Estreou na direção com o filme Slacker. Seu primeiro filme a alcançar o sucesso foi Antes do Amanhecer, que lhe rendeu o Leão de Prata de melhor diretor no Festival de Veneza.

Filmografia:
1991- Slacker
1993- Jovens loucos e rebeldes
1995- Antes do amanhecer
1996- SubUrbia
1998- Newton Boys - Irmãos fora-da-lei
2001- Tape
2001- Waking Life
2003- Escola de Rock
2004- Antes do Pôr-do-Sol
2004- Sujou... Chegaram os Bears
2005- O homem duplo
2006- Nação Fast Food - Uma rede de corrupção

2008- Me and Orson Welles

    Crítica - Waking life

    por Vitor Marques

    Imagine-se um filme que mistura as piores alucinações filosóficas de Woody Allen e os ambientes de David Lynch, os estranhos mundos animados de Tim Burton ou a técnica inovadora (para a época) de Yellow Submarine, o filme de George Dunning com música dos Beatles, e está-se ligeiramente perto do que é Waking Life

    As questões existenciais são o fio condutor do filme, alimentadas pela eterna dúvida se sonhamos enquanto vivemos, ou podemos viver enquanto sonhamos. Não se sabe se a personagem principal está adormecida e a sonhar, ou morta e a relembrar, mas também não é importante.
    Em plena crise metafísica, a personagem principal interage com diferentes indivíduos-estereótipos, que lhe fornecem teorias para o sentido da vida, retiradas dos filósofos Aristóteles, Jean-Paul Sarte ou Nietzsche, gentes do cinema como André Bazin ou François Truffaut, ou ainda escritores como Philip K. Dick e Garcia Lorca. No entanto, é na técnica criadora deste filme que o olhar tantas vezes se fixa e se questiona como foi possível alguém avançar para concretizar uma obra destas. Trabalho heróico ou uma bem sucedida loucura, o filme persegue o que, logo no início, uma jovem diz ao seu companheiro de brincadeiras: "o sonho é o destino".

    Waking Life foi filmado como um filme tradicional independente, com uma reduzida equipa e com câmaras de vídeo digital. De seguida, foi ainda montado de forma tradicional e estaria assim pronto para ser projectado nas salas de cinema, não se desse o facto de o realizador, Richard Linklater, o ter feito passar pelas mãos de animadores e pelo software especial de rotoscoping RotoShop (desenvolvido pelo director de arte do filme Bob Sabiston), que transformou a obra em algo parecido com cinema de animação. Como numa galeria de arte, vamos passando por diferentes estilos pessoais, derivados de cada um dos 30 animadores ter trabalhado sobre um mesmo actor. Com excepção das paisagens de fundo, nada é estático no filme, tudo se move, onduleia, por vezes de forma extrema, as personagens aumentam, para logo diminuirem para formas infantis, os edifícios comprimem-se e alargam-se.

    Autobiográfico ou não, a verdade é que o próprio Linklater surge quase no final do filme como um jogador de máquinas de flippers, atirando com a máxima de que "existe apenas um instante e é agora e é eternidade". Talvez, entretanto, tenha mudado de opinião, dado que um dos momentos pessoais que o podia ter registado para a posterioridade lhe foi negado em Março: na corrida para o Oscar de melhor filme animado, a sua obra foi preterida em relação a Jimmy Neutron: Boy Genius. Outros concorrentes, como Shrek ou Monsters, Inc., arrecadaram mais de 200 milhões de dólares no ano passado, enquanto Waking Life conseguiu um por cento desse valor, mas obteve críticas favoráveis e o Chicago Sun-Times considerou-o "o marco técnico mais importante do ano".

    Estreado no festival de cinema independente de Sundance, em Janeiro de 2001, teve o percurso conhecido das obras experimentais, longe do circuito de distribuição comercial (em Portugal, passou no evento Cinegrafias, realizado no início de Julho). E, no entanto, é um filme pró-cultura, com o que de genuíno e interessante isso significa. De uma ideia bastante aperfeiçoada e escrita por Linklater, aos diálogos concisos, passando por uma técnica inovadora que não se impõe desnecessariamente " à semelhança do tempo de exposição da maioria dos actores ", Waking Life é uma experiência imperdível, cuja visão devia ser obrigatória no currículo das escolas secundárias (com ou sem disciplina de filosofia).

    Entrega de alimentos Asilo Padre Euclides

    Como todos sabem, os alimentos arrecadados pelo Cine Clube Ybitu Katu é revertido ao Asilo Padre Euclides. Esta fotografia ilustra a entrega dos alimentos arrecadados na sessão do dia 24 de janeiro. Na foto estão o Carlos, membro do Cine Clube, o João, presidente do Asilo e uma das cozinheiras que trabalham duramente no Asilo. Conversando com o João, ele nos revelou que o que anda em falta no Asilo é leite. Gostaríamos de pedir então aos que levam alimentos ao Cine Clube, que tragam um litro de leite nas próximas semanas. Muito obrigado a todos pelo apoio.