sábado, 29 de agosto de 2009

29/08 - Trabalho de Homem

Trabalho de Homem - Aleksi Salmenperä (2007)

Sinopse
Juha tem 38 anos, três filhos pequenos e uma esposa com depressão. Ele se acha um sujeito forte, e acredita que um homem deve prover a família. Mas um dia Juha é despedido do emprego. Envergonhado, decide esconder a demissão da família, envolvendo-se numa teia de mentiras. Com a ajuda do amigo Olli, Juha decide se prostituir para sustentar a mulher e os filhos. Passa a receber por duas horas o que antes levava dois dias de trabalho para ganhar. A vergonha e as mentiras aumentam a cada dia, mas o dinheiro da nova profissão parece compensar o lado negativo. Duração: 97 minutos

Assista aqui ao trailer.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

22/08 - Terribly Happy

Terribly Happy - Henrik Ruben Genz (2008)

Sinopse
Baseado no romance do escritor Erlinga Jepsena, o filme relata a trágica vivência de um policial de Copenhague, Robert, que para reparar uma negligência profissional é enviado a uma remota localidade com uma paisagem inóspita e onde o jovem agente se choca com os costumes locais. Inédito no Brasil. Duração: 90 minutos

Sinopse por finaendor (extraído de www.makingoff.org)
"Não faço a menor ideia de qual seja o significado do título original em dinamarquês (se alguém souber, por favor, diga-me), pode até ser que o 'título internacional' - Terribly Happy - seja uma tradução fiel. O fato é que essa não é uma narrativa de felicidade, muitíssimo pelo contrário, é de angústia, solidão e falta de esperança. Dois dados para 'entender' a estória: 1. Robert é um policial de Copenhague que teve forte desequilíbrio psicoemocional (chegando a apontar um revólver para a cabeça de sua esposa) - quer dizer, surtou mesmo - e, depois de um período de tratamento, foi transferido para uma pequena cidade interiorana inominada; 2. A cidadezinha inominada tem um funcionamento próprio e peculiar, trata seus problemas de maneira heterodoxa e sua forma de justiça fundamenta-se num brejo nos arredores. Robert chega à tal cidadezinha para ocupar o posto vago de delegado, o único funcionário da polícia na cidade, diga-se de passagem. Nenhum ajudante, nenhum subordinado. Só ele e sua viatura. Logo ele começa a ter contato com algumas das bizarrices locais e é principalmente atormentado por Ingerlise, uma mulher que supostamente é espancada com certa regularidade por Jørgen, seu marido, valentão da cidade. Robert quer fazer seu trabalho direito, segundo as leis do país, e, eventualmente, retomar sua vida na capital. Entretanto, todo aquele ambiente estranho e as pressões que sofre acabam por levá-lo a caminhos inesperados. Pode ser considerado um filme que questiona a natureza humana, as possibilidades de organização social e os limites que esta nos impõe (que podem ser realocados em diversos terrenos do comportamento). A paleta de cores do filme fica em marrons, vermelhos e amarelos. Pra remeter ao brejo? Ou pra remeter à merda em que todos chafurdamos no mundo hodierno?"

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

15/08 - Noi, o albino

Nói, o Albino - Dagur Kári (2003)

Sinopse
Será que ele é o tolinho da aldeia ou um gênio disfarçado? Nói, 17 anos, desliza pela vida num fiorde remoto no norte da Islândia. No Inverno, o fiorde fica completamente isolado do resto do mundo, rodeado por montanhas assustadoras e enterrado debaixo de um manto de neve. Nói sonha em fugir desta prisão de muralhas brancas com Íris, uma rapariga da cidade que trabalha na bomba de gasolina local. Mas as suas tentativas desastradas de fuga fogem-lhe do controlo e resultam num rotundo fracasso. Apenas um desastre natural poderá arruinar o universo de Nói e oferecer-lhe uma janela para um mundo melhor. Vencedor de 20 premios em festivais internacionais. Duração: 89 minutos.

Assista aqui ao trailer.

Critica - Noi, o albino


por Bernardo Krivochein
Extraido de http://www.zetafilmes.com.br/criticas.asp?id=414

O melhor filme do ano, até agora. Desde a primeira imagem eu já tinha sido convencido disso.A melhor definição que eu posso dar a "Nói, o albino" é: uma música do Radiohead transposta para as telas. O filme é bom assim. Claro que sua experiência com um filme depende muito da sua vivência pessoal, mas eu achei o filme foda para todo mundo. Nele, eu reconheci minha família, meus amigos, amigos dos meus amigos e eu mesmo. Existe um momento em que o diretor da escola tem uma conversa crucial com o personagem principal - foi um dos mais assustadores flashbacks da minha própria vida que tive no cinema, um must para quem já foi suspenso do colégio.

Esse é o grande mérito de "Nói, o albino": ele procura comunicar-se com sinceridade com o espectador, descrevendo momentos dispersos de um cotidiano comum (apesar do cenário insólito) e, na maioria das vezes, a descrição é na mosca.

O personagem principal é um adolescente islandês, Nói, que mora com a avó em um fiorde na Islândia (o equivalente a uma cidade do interior por aqui). Nós o encontramos num ponto em que ele já está farto da vida e cagando para tudo. Mesmo sendo considerado um prodígio pelo psicólogo do colégio, seu comportamento e rendimento escolar são medíocres. A pasmaceira e o isolamento do cotidiano sem perspectivas são quebrados com a chegada de Íris, a filha do livreiro da cidade que passa a trabalhar no posto de gasolina. Ele se apaixona e seu desejo de fugir do lugar passa a ser alimentado ainda mais. Uma história maliciosamente simples, mas que surpreende e hipnotiza mais do que qualquer mega-trama.

Esse é o primeiro filme do diretor Dagur Kári, que jura ter aprendido a fazer cinema assistindo a "Os Simpsons". Pelo humor inesperado da história, isso deve ter seu quê de verdade. "Nói, o albino" é um drama, mas contado com um incrível humor negro, uma manobra de um diretor que confia no próprio taco - e dá samba: os elementos cômicos e dramáticos encontram-se perfeitamente integrados (momento preferido: "O iluminado", se fosse na vida real; eu só vou dizer isso). Muitos filmes que concentram-se no tédio de um personagem acabam tornando a si próprios um porre, o que não é o caso aqui.

É, sobretudo, uma história de personagens e, se funciona, grande responsabilidade vem do elenco, a começar pela atuação do protagonista, Tómas Lemarquis numa atuação explosiva de tão quieta. Os momentos alegres entre Nói e Íris (a muito-bonita-MESMO Elín Hansdottír) são tão reais que você quer tirá-los daquele lugar isolado de helicóptero e comprar uma casa para os dois: naquela hora, a única preocupação do espectador é que haja algo mais para os dois além daquela vida. O núcleo da família de Nói é completo pela enternecedora figura da avó (Anna Fridriksdottir) e o pai alcóolatra (Thröstur Leó Gunnarsson), com o qual Nói tem o relacionamento mais interessante, recheado de sentimentos de culpa/cumplicidade, onde o fato de Nói saber que se transformará nele (seu pai) caso não escape do fiorde não impede que interajam normalmente.

Fui levado a pensar que, da mesma maneira que "Corra, Lola, Corra" é um filme de ação perfeito para meninas culturalmente desenvolvidas, "Nói, o albino" é o perfeito drama introspectivo para meninos. E, quando um tem a emblemática figura da garota de cabelos vermelhos correndo pela cidade, o outro tem na corrida desesperada quase fantasmagórica de Nói pela neve, sua imagem marcante. A fotografia, ajudada pelo cenário natural impressionante, trata de capturar o ambiente tão bem, que o uso do ar condiconado no cinema é dispensado; o trabalho de arte nos transporta para um lugar, ahem... congelado de certo modo no tempo.

Mas a visão leve que a narrativa têm da história não desvia o curso natural dos eventos do filme e, fatalmente, o final de "Nói, o albino" surge para fazer sua cobrança aos personagens. Se existe uma mensagem em "Nói...", ela não é óbvia, então somos abandonados com uma melancolia que, por alguma razão, não equivale a depressão. Resta, inclusive, uma certa esperança. Talvez seja pela humanidade do filme, coisa que o espectador tem visto com certa dificuldade no cinema. "Nói..." é inesperadamente engraçado, emocionante, deprimente e, apesar da historinha bem básica, originalíssimo. Mas o que me conquistou foi a honestidade. Não garanto que você vá gostar do filme como eu, mas venda, não, melhor... penhore sua mãe para conseguir assistí-lo.

Eu amo, amo muito esse filme.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

08/08 - Cinema Nórdico: Noruega - O Homem Incomodado

O Homem Incomodado - Jens Lien (2006)

Sinopse
Andreas tem 40 anos de idade e se vê chegando numa cidade completamente estranha. Ele não faz a menor idéia de como chegou naquele local, mas descobre que tem um emprego, uma casa e até mesmo uma esposa. No entanto, Andreas sabe que algo está muito errado. Ele até tenta escapar da cidade, mas percebe que não existe saída. As revelações começam a surgir quando ele conhece Hugo, um homem que conseguiu escapar da prisão ao encontrar um buraco na parede de sua cela. Duração: 95 minutos.