sábado, 28 de julho de 2012

28/07 - Euphoria (Ivan Vyrypayev, 2006)

Euphoria - Ivan Vyrypayev (2006)

Sinopse
Em alguma região inóspita da Rússia, Vera e Pasha trocam olhares em uma festa de casamento. Vera é casada com Valeri e tem uma filha pequena, o que não impede Pasha de procurá-la para esclarecer por qual motivo trocaram olhares naquele dia. É quando uma mordida de cachorro abruptamente transforma a vida de todos. Duração: 71 minutos.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

07/07 - Stalker (Andrey Tarkovsky, 1979)

Stalker - Andrey Tarkovsky (1979)

Sinopse
“Quando o homem nasce, é fraco e flexível; quando morre é impassível e duro. Quando uma árvore nasce, é tenra e flexível; quando se torna seca e dura, ela morre. A dureza e a força são atributos da morte; a flexibilidade e a fraqueza são a frescura do ser. Por isso, quem endurece, nunca vencerá…” (Stalker)

Sinopse: Ninguém sabe explicar como surgiu "A Zona", um lugar estranho, cercado por soldados e arame farpado. Muitos tentam entrar, pois acreditam que lá dentro encontrarão um local onde os desejos secretos de cada um se tornam realidade. Mas apenas alguns marginais conhecidos como “stalkers”, dotados com poderes telepáticos, sabem evitar as armadilhas espalhadas e penetrar nesta zona. Um deles conduz um cientista e um escritor que querem desvendar o mistério, mas a aproximação terá de ser cautelosa. Duração: 163 minutos

Crítica: Stalker (Andrey Tarkovsky, 1979)

por Rodrigo Fisher

Não são poucos os filmes que tentam explorar os vários aspectos da sociedade, e do ser. É ainda menor o número daqueles que tentam explicar o sentido da vida, seja de forma abstrata ou lógica. E são poucos os que conseguem tal façanha. Tomo a permissão de reduzir esse número a dezenas, se contarmos os que além de bons argumentos, forem verdadeiros deleites audiovisuais. Stalker, de Andrei Tarkovsky, é um dos poucos que conseguem flertar com a percepção do ser e estar. Com um pano de fundo ficcional, Stalker explora os campos metafísicos do ser, da esperança, da humanidade. Por metáforas e belos poemas, o longa constrói consigo uma responsabilidade grande, e com o decorrer da trama, somos brindados com a leveza do ser; com a capacidade humana de fé, ou falta dela.

Para se fazerem tais pregações, o longa usa como metáfora a Zona. O estranho e misterioso lugar, que tem a fama de ser a fonte da felicidade. Com isso, um professor e um escritor procuram um Stalker – homem capaz de levar à salvo pessoas à Zona -, para leva-los ao lugar e conseguirem o que buscam. Chegando lá, deparam com uma vegetação mórbida, e pelo caminho até o Quarto – lugar onde a felicidade estaria residida -, os homens enfrentam conflitos exteriores e interiores. 

Os personagens: professor e escritor representam, respectivamente, nossos lados esquerdos – responsável pela parte lógica – e direito – responsável pela parte emocional. Com esse embate de funções, os dois personagens estão em constantes conflitos. Em um desses conflitos, o sentido da vida é posto em discussão, e é proferida pelo Stalker a afirmação de que a música era um exemplo de sentido da vida. A música era a capacidade humana de exercitar o lado lógico e o lado emocional, e desse modo, tocar a alma do ser. Os recursos usados por Tarkovsky também são sublimes. A mudança de coloração, dos tons de cinza da cidade para a multicoloração da Zona é uma alusão à falta de esperança no centro urbano, e consequentemente, a abundância dela na natureza crua. 

Sobre a concepção da Zona, vale ressaltar a cena em que a câmera transpassa pelo solo do lugar, e com isso, nos é mostrado todos os valores da sociedade sobre as águas. Símbolos religiosos, dinheiro, armas, tudo o que o ser humano dá valor, na Zona, está destruído. Com isso, temos a idéia de que a Zona simboliza um lugar de inversão de valores. Certo ponto, um dos personagens cogita a possibilidade de se mudar para o lugar, assim não teria as preocupações dos centros urbanos, devido à calma ali encontrada. Além de tudo, a Zona é seletiva, deixando apenas entrarem os oprimidos, os infelizes, mas permitindo a estadia apenas aqueles que respeitarem as regras por ela impostas. 

Por fim, o filme trata da busca do ser humano por um lugar de paz, um lugar que dê a paz. E desacreditados, desistem dela por alegarem a falta de lógica. É a descrença humana posta em discussão. Não nos são oferecidas as respostas, mas a busca por elas, assim como a busca dos dois homens pela Zona.

Programação Julho 2012: Cinema Russo: Dos tempos de URSS à Russia Contemporânea

Nesse mês de férias, reservamos quatro filmes representativos da história do cinema russo, desde os tempos de URSS até os dias atuais com a Rússia globalizada.

O Cine Clube Ybitu Katu exibe:


07/07 - Stalker (Andrey Tarkovsky, 1979)
“Quando o homem nasce, é fraco e flexível; quando morre é impassível e duro. Quando uma árvore nasce, é tenra e flexível; quando se torna seca e dura, ela morre. A dureza e a força são atributos da morte; a flexibilidade e a fraqueza são a frescura do ser. Por isso, quem endurece, nunca vencerá…” (Stalker)

Sinopse: Ninguém sabe explicar como surgiu "A Zona", um lugar estranho, cercado por soldados e arame farpado. Muitos tentam entrar, pois acreditam que lá dentro encontrarão um local onde os desejos secretos de cada um se tornam realidade. Mas apenas alguns marginais conhecidos como “stalkers”, dotados com poderes telepáticos, sabem evitar as armadilhas espalhadas e penetrar nesta zona. Um deles conduz um cientista e um escritor que querem desvendar o mistério, mas a aproximação terá de ser cautelosa. Duração: 163 minutos
 
14/07 - A Greve (Serguei Eisenstein, 1925)
 Em 1912, durante o governo do Czar, a greve dos operários de uma fábrica é brutalmente reprimida pela polícia. Propaganda do regime soviético ao denunciar as barbáries do governo anterior. Duração: 82 minutos.

21/07 - Fausto (Aleksandr Sokurov, 2011)
Fausto é um pensador, rebelde e pioneiro, mas também um ser humano anônimo feito de carne e sangue, governado por impulsos internos, cobiça e luxúria. Última parte da tetralogia de Sokurov sobre a natureza do poder, o filme é livremente inspirado no conto Fausto, de Goethe.Duração: 134 minutos.


28/07 - Euphoria (Ivan Vyrypayev, 2006)
Em alguma região inóspita da Rússia, Vera e Pasha trocam olhares em uma festa de casamento. Vera é casada com Valeri e tem uma filha pequena, o que não impede Pasha de procurá-la para esclarecer por qual motivo trocaram olhares naquele dia. É quando uma mordida de cachorro abruptamente transforma a vida de todos. Duração: 71 minutos.