segunda-feira, 9 de março de 2009

Crítica - O garoto


por Caio Lucas Martins Matos
Adaptado de http://www.cineplayers.com/comentario.php?id=6852


“Um filme que pode lhe trazer sorrisos, e talvez, alguma lágrima.”

É a primeira coisa que lemos com o início do “drama”. Sim, nunca classifiquei nenhum filme de Chaplin como comédia. Na maioria das vezes ele fez romances, mas o primeiro longa-metragem seu que causou um grande impacto nas pessoas foi “O Garoto”. Um drama que mostra uma sensibilidade imensurável por parte de um vagabundo que recebe a missão de criar uma criança. Criança essa que foi se adaptando ao modo de vida de Carlitos, inclusive nas malandragens. A compaixão foi poucas vezes tão intensa como nessa pérola do cinema mudo. Cinema mudo que construiu inúmeros momentos de felicidade.

Temos sempre que comparar os melhores trabalhos de Chaplin. “O Garoto” não é mesmo melhor que “Em Busca do Ouro”, ou “Luzes da Cidade”, ou “Tempos Modernos” e menos ainda a “O Grande Ditador”. Os momentos de risos não são tantos como esses próximos que vieram em sua carreira. O que encanta realmente é o tema central do roteiro, uma criança abandonada ser criada por um vagabundo. Chaplin já era uma das personalidades mais conhecidas do mundo, mas esse é tão importante que após sua realização só apareceram obras tocantes e singulares.

“The Kid” abriu as portas do gênio para o sentimentalismo. Isso foi muito importante em sua carreira. Coloca pra atuar ao seu lado Jackie Coogan, o filho, que com certeza promoveu uma das melhores atuações infantis da história da sétima arte. E pela primeira vez a magia que envolve o filme não foi criada por Chaplin, e sim por seu coadjuvante. Juntos aparecem em cenas antológicas, a única vez em que o vagabundo aparece sozinho e sublimemente é em seu sonho. O fim reserva uma sensação de emoção mais profunda ainda.

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