por Willians Fausto Silva
Extraído de http://www.cranik.com/ofimeoprincipio.html
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A zona rural e o cinema brasileiro.
O homem rural foi um dos temas recorrentes do cinema brasileiro na década de 50 e 60. Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha construíram boa parte do que conhecemos como Cinema Novo voltando suas câmeras para o Brasil rural, país que tentava se industrializar a todo custo, importando o modelo em que desenvolvimento e urbanização eram sinônimos.
Na contracorrente dos cinemanovistas, Mazaroppi emplacou o filme que estigmatizaria a imagem do homem do campo brasileiro. O Jeca, personagem de Monteiro Lobato, foi um grande sucesso do cinema paulista e ajudou a fixar a imagem que associa o atraso, a ingenuidade e a pobreza ao homem que opta pela vida no campo.
Desde então a mídia, e particularmente a industria cinematográfica, elegeram o espaço urbano das grandes cidades como local privilegiado da vida moderna. Os poucos filmes que se arriscam a falar do homem do campo ainda hoje o associam ao Jeca de Lobato e Mazaroppi.
Eduardo Coutinho é o diretor brasileiro que foge desta perspectiva na hora de filmar a zona rural brasileira. Em 1984, com o lançamento de Cabra marcado para Morrer, ele já indicava a opção por mostrar o homem do campo e a questão agrária brasileira a partir da voz e do olhar do camponês. Com O fim e o princípio o diretor volta a dialogar com uma comunidade rural.
O documentário expõe histórias de camponeses que vivem num sítio no interior da Paraíba. Coutinho conta com Rosa, moradora da comunidade, que aleatoriamente o leva as pequenas propriedades do sítio Araçás para que possa conversar com as famílias. Durante todas as entrevistas o diretor ouve histórias do cotidiano e procura compreender como os trabalhadores rurais encaram a morte e a velhice, temas que o ajudarão a amarrar a edição do filme.
O que continua impressionando no trabalho de Eduardo Coutinho é a capacidade que tem de situar o espectador sem ter que recorrer a dados e estatísticas para nos dizer como vive aquela comunidade. Ele consegue, como nenhum outro documentarista, ouvir e dialogar com o camponês, desconhecido para ele e para a platéia dos espaços urbanos. Através destas conversas, preocupadas em escutar histórias da vida de gente comum à geografia rural do Brasil, o diretor demarca o amplo contexto que compõe cultura do homem campo. Consegue superar os estereótipos, para mostrar a zona rural a partir de uma perspectiva densa, distante das superficialidades do Jeca.
O homem rural foi um dos temas recorrentes do cinema brasileiro na década de 50 e 60. Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha construíram boa parte do que conhecemos como Cinema Novo voltando suas câmeras para o Brasil rural, país que tentava se industrializar a todo custo, importando o modelo em que desenvolvimento e urbanização eram sinônimos.
Na contracorrente dos cinemanovistas, Mazaroppi emplacou o filme que estigmatizaria a imagem do homem do campo brasileiro. O Jeca, personagem de Monteiro Lobato, foi um grande sucesso do cinema paulista e ajudou a fixar a imagem que associa o atraso, a ingenuidade e a pobreza ao homem que opta pela vida no campo.
Desde então a mídia, e particularmente a industria cinematográfica, elegeram o espaço urbano das grandes cidades como local privilegiado da vida moderna. Os poucos filmes que se arriscam a falar do homem do campo ainda hoje o associam ao Jeca de Lobato e Mazaroppi.
Eduardo Coutinho é o diretor brasileiro que foge desta perspectiva na hora de filmar a zona rural brasileira. Em 1984, com o lançamento de Cabra marcado para Morrer, ele já indicava a opção por mostrar o homem do campo e a questão agrária brasileira a partir da voz e do olhar do camponês. Com O fim e o princípio o diretor volta a dialogar com uma comunidade rural.
O documentário expõe histórias de camponeses que vivem num sítio no interior da Paraíba. Coutinho conta com Rosa, moradora da comunidade, que aleatoriamente o leva as pequenas propriedades do sítio Araçás para que possa conversar com as famílias. Durante todas as entrevistas o diretor ouve histórias do cotidiano e procura compreender como os trabalhadores rurais encaram a morte e a velhice, temas que o ajudarão a amarrar a edição do filme.
O que continua impressionando no trabalho de Eduardo Coutinho é a capacidade que tem de situar o espectador sem ter que recorrer a dados e estatísticas para nos dizer como vive aquela comunidade. Ele consegue, como nenhum outro documentarista, ouvir e dialogar com o camponês, desconhecido para ele e para a platéia dos espaços urbanos. Através destas conversas, preocupadas em escutar histórias da vida de gente comum à geografia rural do Brasil, o diretor demarca o amplo contexto que compõe cultura do homem campo. Consegue superar os estereótipos, para mostrar a zona rural a partir de uma perspectiva densa, distante das superficialidades do Jeca.
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