sexta-feira, 26 de março de 2010

Críticas - A Noite (Michelangelo Antonioni, 1961)

por Roberto de Castro Neves
Extraído de
http://www.imagemempresarial.com/Tudosobre/Filmes/mostrafilme.asp?Num=21

“A Noite” (1961) faz parte da trilogia do consagrado cineasta italiano Michelangelo Antonioni cujo tema central é a “incomunicabilidade”. Os outros dois filmes que compõem a trilogia são “A Aventura” (1960) e “O Eclipse” (1962). Numa definição meia-bomba do que seria “incomunicabilidade” para Antonioni, seria ela a impossibilidade da comunicação humana. Essa é a tese. O corolário dessa tese é que a impossibilidade leva o indivíduo ao isolamento e à autodestruição. Se não é bem isso, é bem perto disso. O plot é singelo. Aliás, mais singelo não poderia ser. Giovanni Pontano (Marcello Mastroianni), um escritor de sucesso, é casado com Lídia (Jeanne Moreau) já há algum tempo. O casal não tem filhos. Ambos estão insatisfeitos com o casamento. As razões objetivas da insatisfação de cada um não são claramente informadas. Antonioni deixa com a gente a tarefa de descobri-las e de especular sobre elas. No máximo, o diretor sugere que ele, Pontano, apesar do sucesso como escritor, é um homem entediado e inquieto. Já não valoriza elogios ao seu trabalho, desdenha a fama, acha tudo um saco e busca minorar seu desconforto com paqueras eventuais. Fosse um mortal qualquer, seu comportamento seria classificado como galinhagem das boas. Mas em sendo um intelectual, suas fraquezas vão pra conta de “angústias existenciais”. Lídia, a mulher, por sua vez, abafada pelo sucesso do marido, vive uma vidinha vazia, sem objetivo e projeto próprios. Uma vida em que todos os dias são iguais. Socialmente, faz figuração nas reuniões em que o marido é a grande estrela. Tenta passar o tempo fazendo caminhadas solitárias sem destino, entretendo-se com prosaicas cenas de rua nos arredores de Milão. É uma mulher – nos parece - à beira de uma depressão. Ou em ponto de bala pra arrumar um amante. Pois bem, é através desse relacionamento em crise, com inúmeras tomadas longas em que nada acontece, silêncios, paisagens hostis e sufocantes, etc que Antonioni constrói seu discurso sobre a “incomunicabilidade”, o peixe que o diretor quer vender na trilogia mencionada. Se você ainda não viu esse filme e gosta de cinema, recomendo que assista a essa obra-prima.

por Carlos Augusto de Araújo
Extraído de http://www.65anosdecinema.pro.br/2223-A_NOITE_(1961)

"A Noite" é mais uma pérola do cinema italiano. Realizado pelo grande cineasta Michelangelo Antonioni, que também participa da elaboração do roteiro, o filme forma com "A Aventura" e "O Eclipse", a trilogia da incomunicabilidade do cineasta, na qual ele se debruça sobre a solidão e o tédio proporcionados pela vida moderna das grandes cidades.
A trama se desenvolve durante um dia e uma longa noite na vida de um casal, cuja relação se acha comprometida pela falta de comunicação. Além do belo trabalho de Antonioni, destacam-se a participação de Tonino Guerra, na redação do roteiro, a excelente fotografia de Gianni Di Venanzo e as magníficas atuações do trio principal, formado por Marcello Mastroianni, Jeanne Moreau e Monica Vitti.

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