sexta-feira, 31 de julho de 2009

01/08 - Cinema Nórdico - Suécia: Deixa ela entrar (2008)

Deixa ela entrar - Thomas Alfredson (2008)

Sinopse
Uma interessante variação sobre o mais que explorado tema do vampirismo. Aterrorizado por valentões da escola, um solitário garoto de 12 anos, Oskar, se torna amigo de uma jovem e misteriosa vizinha, cuja chegada coincide com uma série de horríveis mortes e ataques. Mesmo descobrindo que ela é uma vampira, sua amizade com a estranha se torna maior do que o medo. Vencedor de 53 prêmios, entre eles o de Melhor Filme nos Festivais de Chicago, Edinburgh e Amsterdan. Duração: 114 minutos.

Assista aqui ao trailer oficial do filme.

Crítica - Deixa ela entrar (2008)


por Conrado Heoli
Extraído de http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1567


Não são novidades para o cinema produções sobre a figura mitológica de vampiros, e há muito tempo o assunto é abordado em filmes ora bem realizados, como Entrevista com o Vampiro, de Neil Jordan, ou em baboseiras comerciais como sua sequência, A Rainha dos Condenados. Em geral, o que falta a essas produções menos interessantes é o que Deixe Ela Entrar apresenta em demasia, como personagens bem construídos, que por sua vez estão justificados em uma trama inteligente, realizada com o propósito principal contrário ao de proporcionar apenas entretenimento.

No início do filme conhecemos Oskar, um garoto de aparência incomum que vive praguejando contra alguns colegas de escola, que costumeiramente o agridem. Enraivecido pelas chacotas e perseguições diárias, Oscar teme as revidar. É durante um desses momentos de indignação que ele conhece Eli, uma estranha nova vizinha, que aos poucos demonstra possuir grandes habilidades, não sentir frio e que apenas sai de casa durante a noite. Para o espectador, é o suficiente para compreender o segredo da garota.

O relacionamento dos dois cresce à medida que percebem a solidão os assola. Enquanto Oskar opta pelas frias e solitárias brincadeiras fora de casa, deixando a mãe e a televisão para trás, Eli o procura cada vez mais por sentir uma conexão com o garoto. A vampira pré-adolescente aos poucos vai dando pistas de sua real identidade à Oskar, mas este se mostra despreocupado, interessado primeiramente na companhia e cumplicidade da garota.

A complexidade dos personagens centrais apenas aumenta conforme a história se desenvolve, e a gama de sentimentos que ambos dividem fica implícita, aparente apenas por pequenas indicações e traduzida em uma interessante metáfora: o vidro que separa o encontro das mãos dos protagonistas em um determinado momento, embora não seja um recurso visual inovador, representa a barreira presente no relacionamento dos dois, que mesmo estando muito ligados, possuem um obstáculo intransponível que entre eles.

O roteiro de John Ajvide Lindqvist é instigante por esses e outros motivos, quando exige do espectador a interpretação de certos fatos que expõe durante sua construção, e nunca os esmiúça para assim facilitar sua inteligibilidade. O texto dá o tempo exato necessário para que as duas tramas paralelas do filme se desenvolvam, amadurecendo sem pressa o rancor de Oskar por aqueles que o humilham na escola, enquanto compõe seu estranho amor por Eli, dando ênfase também na condição maldita que dificulta a vida da garota. Lindqvist adapta em Deixe Ela Entrar seu livro homônimo, e por isso é possível confiar na transposição do texto para a tela de forma fidedigna, sem exagerar no que é convencional ou recorrente em filmes do gênero. O escritor, fã confesso de Morrissey, não esconde ainda que o título de seu livro e filme são baseados em uma composição do cantor, chamada Let The Right One Slip In, que diz o seguinte em determinado trecho: “Eu diria que você tem todo o direito de dar uma mordidinha na pessoa certa e dizer: “O que fez com que você demorasse tanto?"”.

Na direção, Tomas Alfredson também responde pelas escolhas inteligentes para compor a história do envolvimento dos dois adolescentes. O diretor opta por cenas que privilegiam seu elenco e o texto de Lindqvist, valorizando com paciência a trama que, caso fosse acelerada, perderia muito de seu significado. Alfredson mostra também imensa habilidade na condução dos dois jovens interpretes, ainda mais quando seu filme exige de ambos a capacidade de tornarem seus personagens críveis em meio à ficcionalidade metafórica proposta pelo projeto.

Mesmo que algumas vezes Alfredson e Lindqvist entreguem o filme a certas obviedades, como o corpo que aparece em um lago congelado, são várias as sutilezas que ambos inserem em Deixe Ela Entrar, tornando o longa muito mais provocador. O personagem que mora com Eli e que é seu servo, por exemplo, é apresentado através de uma figura paterna, mas poderia com alguma interpretação ter sido outro envolvimento da garotinha, que esteve ao seu lado por muito tempo enquanto envelhecia, contemplando a imortalidade dela. O pai ausente de Oskar é outro caso interessante. Quando está com o garoto ambos se mostram extremamente cúmplices e afetuosos um com o outro, mas a chegada de outro homem à casa do pai deixa o garoto bastante desconfortável. Quem seria ele? Apenas um amigo ou poderia tal personagem ser um atual envolvimento romântico de seu pai? Essas e outras indagações podem surgir e, mesmo não sendo respondidas, apenas acrescentam ao longa a qualidade de não se desenvolver repleto por explicações que não acrescentariam muito à trama.

Como não poderia deixar de ser após a repercussão de Deixe Ela Entrar, criticado positivamente em muitos festivais e vencedor de mais de 40 prêmios mundo afora, Oskar e Eli ganharão suas versões americanas, em um filme comandado por Matt Reeves, diretor de Cloverfield - Monstro. Aproveitando-se talvez do fenômeno adolescente Crepúsculo, teremos em breve outro exemplo do cinema comercial americano atual, extremamente carente de originalidade, que importa produções aos montes para suprir a falta de competência da maioria de seus profissionais. Felicidade daqueles que conhecerem a obra original antes.

Programação Agosto 2009 - Cinema Nórdico

Passando por uma fase de extrema criatividade, o cinema nórdico vem ganhando cada vez mais reconhecimento nos festivais internacionais. Unidos por fortes laços políticos, econômicos e sociais, os paises nórdicos tem se destacado no cinema por conta da sua mais recente geração de jovens diretores, produzindo filmes de extrema originalidade e beleza cinematográfica. Passeando por temas como os mecanismos superficiais da sociedade de consumo, o humor negro e por dramas existenciais intimistas e melancólicos, o cinema nórdico consegue desenhar um retrato fiel da existência humana nos tempos de crescente globalização no século XXI. O Cine Clube Ybitu Katu exibe:

01/08: Suécia: Deixa ela entrar (Tomas Alfredson, 2008)
Uma interessante variação sobre o mais que explorado tema do vampirismo. Aterrorizado por valentões da escola, um solitário garoto de 12 anos, Oskar, se torna amigo de uma jovem e misteriosa vizinha, cuja chegada coincide com uma série de horríveis mortes e ataques. Mesmo descobrindo que ela é uma vampira, sua amizade com a estranha se torna maior do que o medo. Duração: 114 minutos.

08/08: Noruega: O homem incomodado (Jens Lien, 2006)
Andreas tem 40 anos de idade e se vê chegando numa cidade completamente estranha. Ele não faz a menor idéia de como chegou naquele local, mas descobre que tem um emprego, uma casa e até mesmo uma esposa. No entanto, Andreas sabe que algo está muito errado. Ele até tenta escapar da cidade, mas percebe que não existe saída. As revelações começam a surgir quando ele conhece Hugo, um homem que conseguiu escapar da prisão ao encontrar um buraco na parede de sua cela. Duração: 95 minutos.

15/08: Islândia: Nói, o albino (Dagur Kári, 2003)
Será que ele é o tolinho da aldeia ou um gênio disfarçado? Nói, 17 anos, desliza pela vida num fiorde remoto no norte da Islândia. No Inverno, o fiorde fica completamente isolado do resto do mundo, rodeado por montanhas assustadoras e enterrado debaixo de um manto de neve. Nói sonha em fugir desta prisão de muralhas brancas com Íris, uma rapariga da cidade que trabalha na bomba de gasolina local. Mas as suas tentativas desastradas de fuga fogem-lhe do controlo e resultam num rotundo fracasso. Apenas um desastre natural poderá arruinar o universo de Nói e oferecer-lhe uma janela para um mundo melhor. Duração: 89 minutos.

22/08: Dinamarca: Terribly Happy (Henrik Ruben Genz, 2008)
Baseado no romance do escritor Erlinga Jepsena, o filme relata a trágica vivência de um policial de Copenhague, Robert, que para reparar uma negligência profissional é enviado a uma remota localidade com uma paisagem inóspita e onde o jovem agente se choca com os costumes locais. Duração: 90 minutos

29/08: Finlândia: Trabalho de Homem (Aleksi Salmenperä, 2007)
Juha tem 38 anos, três filhos pequenos e uma esposa com depressão. Ele se acha um sujeito forte, e acredita que um homem deve prover a família. Mas um dia Juha é despedido do emprego. Envergonhado, decide esconder a demissão da família, envolvendo-se numa teia de mentiras. Com a ajuda do amigo Olli, Juha decide se prostituir para sustentar a mulher e os filhos. Passa a receber por duas horas o que antes levava dois dias de trabalho para ganhar. A vergonha e as mentiras aumentam a cada dia, mas o dinheiro da nova profissão parece compensar o lado negativo. Duração: 97 minutos.

Cartaz Agosto 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

29/07 - Não amarás - Reprise dos mais votados no primeiro semestre

Não amarás - Krzysztof Kieslowski (1988)

Sinopse
Tomek é um garoto 19 anos, que mora com uma velha senhora, mãe de um amigo seu e trabalha numa agência do correio. Tímido e solitário, passa suas noites a observar com uma luneta, da janela de seu quarto, sua vizinha Magda, uma mulher dez anos mais velha pela qual acaba se apaixonando. Começa a ao companhar sua vida íntima, seus encontros amorosos e seus telefonemas, enquanto arquiteta planos para fazer com que seus destinos cruzem, como enviar bilhetes de correio falsos e entregar leite todas as manhãs em sua casa. Quando finalmente consegue chamar sua atenção, as coisas acabam acontecendo de forma dramática, confundindo as barreiras entre o amor platônico e a violência do desejo. Ganhou os Prêmios da Crítica e do Público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Prêmio Especial do Júri e o Prêmio OCIC no Festival Internacional de San Sebastián e os Prêmios de Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Filme e o Leão de Ouro no Festival de Cinema da Polônia. Duração: 86 minutos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

25/07 - Doutor Fantástico

DOUTOR FANTÁSTICO - Stanley Kubrick (1964)

Sinopse
Um general completamente insano, Jack Ripper, ameaça, durante uma reunião entre nações, neutralizar a U.R.S.S. com bombas nucleares, o que poderia gerar um Holocausto fulminante na Terra. Todos os outros membros fazem de tudo para evitar. Entre eles está o ator Peter Sellers, que retrata três das pessoas que podem impedir a tragédia: o Capitão britânico Mandrake, o presidente norte-americano Merkin Muffley e o alemão bêbado Dr. Fantástico. Duração: 93 minutos.

Assista aqui o trailler.

Crítica - Dr. Fantástico

por Felipe Cruz
Extraído de http://www.cineplayers.com/critica.php?id=837

Baseado no livro "Alerta Vermelho", escrito pelo ex-tenente da Força Aérea Britânica, Peter George, o filme "Dr. Fantástico" dirigido por Stanley Kubrick (que também dirigiu "2001: Uma Odisséia no Espaço", "Lolita" e "Laranja Mecânica") é uma das mais famosas e cultuadas comédias de humor negro já produzidas.

Para escrever uma crítica à altura deste clássico não basta apenas falar das atuações, da trilha sonora ou do roteiro. É necessário dissecar o filme em todos os aspectos. Para os mais atentos, tudo no filme tem um duplo sentido e os menores detalhes (aqueles que passam desapercebidos) se bem observados lhe darão outra visão da história.

A começar pela atuação do primoroso Peter Sellers (considerado um dos melhores comediantes do cinema, que estrelou também “A Pantera Cor de Rosa”), em Dr. Fantástico representa três personagens, dando um tom único ao filme. Sellers interpreta o inglês Capitão Mandrake, da RAF (Royal Air Force); o presidente dos Estados Unidos, Mr. Muffley e finalmente o Dr. Fantástico, um ex-cientista nazista que com o fim do III Reich se torna o conselheiro do presidente americano (sim, o roteiro é recheado dessas ironias).

Sellers é tão genial em suas atuações que quase não percebemos que esses três personagens são interpretados pela mesma pessoa. Por exemplo, quando está representando o presidente dos EUA, sua voz é calma, controlada, porém ele sempre se apresenta tenso. Como oficial da RAF ele muda a voz e tem sotaque inglês. É desastrado, porém disciplinado, como todo inglês. Entretanto é como Dr. Fantástico que Sellers se supera, falando com sotaque alemão e preso a uma cadeira de rodas.

Dr. Fantástico não tem o controle de suas mãos e faz a todo tempo, involuntariamente, a saudação nazista “Zieg Hail” para o presidente dos EUA - vejam só, novamente, que ironia. É interessante também observar as caras e trejeitos que o presidente dos EUA faz quando é “saudado” e a expressão no rosto do Dr. Fantástico quando seu braço simplesmente se contrai seguindo de um estrondoso “Hail!”.

Sua tripla atuação, representando papéis antagônicos, significou para a indústria cinematográfica uma inovação, afinal de contas, temos momentos em que dois de seus personagens dialogam entre si, configurando desta maneira uma novidade no cinema até então. Mérito para Kubrick e Sellers. Na realidade Peter faria inicialmente quatro papéis, interpretando também o piloto do avião bombardeiro Major T.J. “King” Kong.

Para continuar dissecando o filme é interessante falar um pouco do roteiro. O filme, de 1964, foi indicado a quatro estatuetas do Oscar e conta a história de um ataque nuclear "acidental". Filmado durante o auge da Guerra Fria, mostra o General Jack D. Ripper (nome dado em referência a Jack, o Estripador) enlouquecido e convencido de que os comunistas estão poluindo "os preciosos fluídos corporais da América" e por conta disso ordena um ataque nucelar a União Soviética.

Seu ajudante, o inglês Capitão Mandrake (Peter Sellers), tenta desesperadamente uma maneira de suspender o ataque. Sellers protagoniza uma das cenas mais hilariantes do filme, quando tenta de qualquer maneira explicar, sob a mira de um fuzil, para um soldado americano a senha para cancelar o ataque, enquanto fala de um telefone público. Enquanto isso, o presidente dos EUA (Sellers, novamente) liga, do famoso telefone vermelho de emergência, para explicar para o bêbado premier soviético, que os EUA irão explodir uma bomba nuclear, acidentalmente, na URSS, explicando para o premier que impedir o ataque é erro tolo.

A partir de então a história é alternada sempre em três cenários: a sala de guerra; a base militar onde o general Ripper está sitiado e o avião bombardeiro que carrega a temida bomba atômica, pilotado pelo texano Major T.J. “King” Kong (a ironia do nome deste personagem está no final do filme, que é simplesmente fantástico!).

A propósito, sobre o Major T.J. “King” Kong cabe um destaque. Observando bem o filme eu percebi que em um certo momento sua voz mudava de intensidade e parecia que havia sido dublado. Depois de pesquisar um pouco descobri que realmente havia sido dublado um pequeno trecho do filme. Trata-se de uma mudança feita de última hora – feita pouco antes do lançamento – é uma fala do diálogo do Major, dentro do avião, com seus pilotos. No momento em que ele revisa o kit de sobrevivência à bomba, o Major diz que o kit é tão completo que daria para passar bons momentos em Dallas, entretanto foi feita uma modificação e o ator dublou por cima a palavra Vegas. Isso porque o presidente Kennedy tinha acabado de ser assassinado em Dallas, em novembro de 1963.

Além de fazer uma ácida crítica à Guerra Fria, Stanley Kubrick aproveita também para criticar a libido masculina. Por exemplo, o General Turgidson (nome que faz referência a sua libido inchada), é um dos conselheiros do presidente. Turgidson é convocado as pressas para compor a mesa da Sala de Guerra (um imenso cenário, onde o presidente se reúne com os conselheiros). O telefonema para o general é atendido por sua secretária, com quem ele tem um caso, que por sua vez aparece apenas de calcinha e sutiã deitada na cama. Em paralelo, no avião bombardeiro, um local apertado e claustrofobórico um soldado folheia uma Playboy, em que a modelo da capa é justamente a secretária do general. (Ora veja só, mais uma ironia!) De volta à sala de guerra, o general Turgidson (que nutri verdadeiro ódio aos comunistas), recomenda veemente ao presidente que o melhor mesmo é de fato explodir bombas nucleares na URSS e que os comunistas são um perigo a nação.

Neste meio-tempo o embaixador russo Sadesky (que recebe esse nome no filme em homenagem ao Marquês de Sade) revela a existência de um dispositivo de retaliação automático caso haja um ataque à Rússia. A existência da máquina é confirmada pelo Dr. Fantástico, que sugere uma saída para a crise. A construção de um imenso bunker nas cavernas, onde a proporção de mulheres para homens seria de 10 para 1, lógico que o general Turgidson aprova a idéia instantaneamente.

Dentre as várias ironias da história outra que é impossível deixar de citar é quando o presidente dos EUA tenta separar uma briga entre o embaixador Sadesky e o general Turgidson, dizendo: “Vocês não podem brigar aqui, por Deus, aqui é a Sala de Guerra!”. Outra sacada de Kubrick é mostrar insistentemente na base militar um letreiro que diz: “Paz é a nossa profissão”, quando na realidade estamos prestes a provocar uma tremenda guerra nuclear.

É difícil escrever uma crítica sobre um filme que eu considero um dos melhores já feitos. Principalmente quando estamos falando dos filmes de Stanley Kubrick, que já havia filmado antes outras obras primas, entretanto é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores, deste diretor que é considerado pela crítica mundial como um gênio do cinema. Entre seus melhores filmes, alguns já citados acima, estão também: “Laranja Mecânica”, “De Olhos Bem Fechados” e “Nascidos para Matar”.

Já lançado em DVD, o filme é difícil de ser comprado e principalmente de ser encontrado para aluguel nas locadoras, entretanto, vale a pena procurar um pouquinho para comprar o DVD e se divertir com essa louca história nuclear.

terça-feira, 21 de julho de 2009

22/07 - A Pequena Loja da Rua Principal - Reprise dos Mais Votados no Primeiro Semestre

A Pequena Loja da Rua Principal - Ján Kadár e Elmar Klos (1965)

Sinopse
Um inepto camponês tcheco divide-se entre a ganância e a culpa quando um chefe da base nazista de sua cidade o nomeia "Supervisor Ariano" de uma loja de botões de uma idosa viúva judia. Humor e tragédia fundem-se na sarcástica exploração da cordialidade de um homem comprometido com o horror do regime totalitário. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1965. Foi indicado à Palma de Ouro em Cannes-1965 e a atriz Ida Kaminsca foi indicada ao Oscar e ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz em 1965. Duração: 125 minutos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

18/07 - Lolita (1962)

Lolita - Stanley Kubrick (1962)

Sinopse
Erudito professor universitário britânico vai trabalhar nos Estados Unidos e lá fica tão obcecado por uma ninfeta de 14 anos que casa sua mãe, para estar próximo dela. Porém, quando a esposa morre atropelada ele acredita ser o momento adequado para seduzir a enteada, mas algo acontece que pode prejudicar seus planos. Duração:152 minutos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

15/07 - Morango e Chocolate - Reprise dos mais votados no primeiro semestre

Morango e Chocolate - Tomás Gutiérrez Alea & Juan Carlos Tabió

Sinopse
Vencedor de inúmeros prêmios internacionais (Festival Internacional de Havana, Festival de Gramado, Sundance Film Festival e Urso de Prata no Festival de Berlim), sendo o primeiro filme cubano indicado ao Oscar® de melhor filme estrangeiro, Morango e Chocolate é um dos grandes filmes da década de 90. Em parceria com Juan Carlos Tabío, o mestre Tomás Gutiérrez Alea (Guantanamera) aborda, com talento e sensibilidade, temas como tolerância e discriminação.
Cuba, 1979. David, um jovem universitário e militante comunista, conhece Diego, um professor homossexual. Entre os dois, nasce uma amizade que enfrentará os preconceitos da sociedade e do regime cubano. Duração: 108 minutos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

11/07 - Glória Feita de Sangue

Glória Feita de Sangue - Stanley Kubrick (1957)

Contundente, surpreendente e marcante. Assim é Glória Feita de Sangue, drama sobre a Primeira Guerra Mundial que permanece forte como uma obra-prima cinematográfica sobre o tema da guerra. Estabeleceu de uma vez por todas e de forma brilhante o status de grande diretor que Stanley Kubrick já esboçara em "O Grande Golpe" feito no ano anterior.

Kirk Douglas, um dos principais responsáveis pela execução do filme (que encontrara rejeição dos estúdios devido ao tema delicado do roteiro), faz o papel do Coronel Dax, comandante de um destacamento que faz oposição aos alemães na fronteira da França. Relutantemente ele aceita do arrogante general Mireau a missão suicida de tomar a colina de Ant Hill, dominada pelos inimigos. A investida é realizada, mas não é bem-sucedida, e as conseqüências do fracasso determinam o tom do resto do filme. O general instaura corte marcial para julgamento de parte da tropa por covardia diante do inimigo, cuja punição esperada é o pelotão de fuzilamento. É então que Dax, na vida civil um advogado em direitos humanos, decide assumir a defesa dos soldados e tentar reverter a decisão absurda.

O filme foi proibido por décadas em vários países, inclusive a França. Sua força reside em mostrar de forma transparente os jogos de política e interesse por trás de uma guerra, que muitas vezes terminam por sacrificar as vidas de muitos soldados em resposta à arrogância de militares incompetentes. Os diálogos são incisivos, marcantes, e em alguns momentos recheados de metáforas que atingem profundamente a figura intocável do sistema militar. Kirk Douglas e George MacReady estão excelentes como Dax e Mireau, respectivamente, assim como o resto do elenco. Curiosidade: Susanne Christian, que aparece cantando na inesquecível seqüência final do filme, viria a ser a futura sra. Kubrick. (Dur: 87 minutos)


terça-feira, 7 de julho de 2009

Reprise dos mais votados - 08/07 - O garoto - Charles Chaplin

O garoto - Charles Chaplin (1921).

Sinopse
O filme conta a história de um bebê que é abandonado pela mãe que não tem condições de criá-lo e que é encontrado e criado pelo vagabundo. Conforme os anos se passam, o garoto e o vagabundo se tornam uma dupla perfeita, bolando diferentes esquemas para conseguir o dinheiro para seu sustento. Duração: 68 minutos.

sábado, 4 de julho de 2009

04/07 - O Grande Golpe

O GRANDE GOLPE - Stanley Kubrick (1956)

Sinopse
Após sair da prisão, Johny Clay elabora um grande plano para um assalto que pode render a ele e a seus companheiros a soma de US$ 2 milhões. E o melhor: ninguém sairá ferido! O problema acontece quando o amante da esposa de um dos integrantes do grupo do assalto resolve se meter onde não é chamado. O filme apresentou, para sua época, uma grande inovação narrativa (não-linear) e rendeu a Kubrick ótimas críticas. Baseado no livro de Lionel White, Clean Break, Kubrick neste longa, Kubrick nos mostra toda sua perspicácia em magnetizar os espectadores com suas obras, traço que a partir dali seria um predicado comum ao cineasta. Duração: 85 minutos.