
Antes de começar sua produção cinematográfica, escreveu durante quatro anos para o jornal O Estado de S. Paulo, sempre sobre cinema. Em 1967 realizou seu primeiro curta-metragem titulado como Documentário. E em 1968 seu primeiro longa-metragem foi rodado, o consagrado O bandido da luz vermelha. A partir daí realizou uma notória carreira como diretor de cinema.
Sempre buscando a transgressão. Em toda a sua obra se vê uma força criadora e viva, deslocando-se visivelmente das idéias tradicionais e secas de grande parte do cinema contemporâneo, atual ou não. Em 1970 fundou a produtora Bel-Air, juntamente de Júlio Bressane. Esta produtora foi responsável por filmes do diretor como O abismo, Copacabana mon amour e Sem essa aranha. Pesquisador e pensador da imagem em sua duração e em seu movimento, criou novas relações de linguagem com uma nova forma de olhar para a tela.
Com influência direta na cinematografia de Orson Welles, Jean-Luc Godard,Michelangelo Antonioni e Samuel Fuller, além de utilizar com alta freqüência os clichês do filme noir e das pornochanchadas. Apresentou sempre um cinema de ruptura, inclusive com os próprios modelos. Ele fez da ironia sua marca registrada, do “antifilme” sua referência constante e da câmera na mão sua maior aliada. Bom-humor picante, linguagem próxima às histórias em quadrinhos, personagens bem (des)estruturados, ineditismo, sarcasmo da narrativa clássica, lentes anárquicas e debochadas, câmera imprevisível, radicalidade estética e temporalidade diferente e reflexiva, são as principais características que fazem do cinema de Rogério Sganzerla inexplicável em poucas palavras.
Morreu em 2004, devido a um tumor no cérebro, apenas um breve tempo após realizar seu último filme O signo do caos.
Filmografia:
- 2003 - O signo do caos
1997 - Tudo é Brasil
1993 - Perigo negro
1992 - Oswaldianas
1989 - A linguagem de Orson Welles (curta-metragem)
1986 - Nem tudo é verdade
1981 - Noel por Noel (curta-metragem)
1981 - Brasil (curta-metragem)
1977 - O abismo
1976 - Viagem e descrição do rio Guanabara por ocasião da França Antártica (Villegagnon)
1970 - Copacabana mon amour
1971 - Fora do baralho
1970 - Carnaval na lama (Betty Bomba, a exibicionista)
1970 - Sem essa, aranha
1969 - Mulher de todos
1968 - O bandido da luz vermelha
1968 - HQ (curta-metragem)
1966 - Documentário (curta-metragem)
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