Os filmes de terror nasceram junto
com a cinematografia. George Mélies, um dos pioneiros do gênero, filmou, em
1896, Escamotege d'une Dame Chez
Robert-Houdin e, em 1912, A Conquista
do Pólo, no qual um dos expedicionários era devorado diante das câmaras pelo
Abominável Homem das Neves. Posteriormente, o movimento cinematográfico alemão,
denominado “Expressionismo Alemão”, teria como a maior parte de suas obras
primas, filmes de terror que ganharam platéias de todo o mundo, como O Gabinete do Dr. Caligari (Robert
Wiene, 1920), Nosferatu (Friedrich W.
Murnau, 1922), O Gabinete da Figuras de
Cera (Paul Leni, 1924), entre outros. A partir da década de 30, com o
pioneirismo de Tod Browning (Drácula [1931],
Freaks [1932]), começam a surgir
grandes monstros, fantasmas, vampiros e outras criaturas capazes de provocar
medo dominariam as telas dos cinemas nos filmes de terror até os anos 60. Até
esse momento, o terror era produzido unicamente por uma figura monstruosa que
surgia de repente na tela, anunciada com acordes de piano. Esse padrão só seria
quebrado por Alfred Hitchock na década de 60, com seus filmes Psicose (1960) e Os Pássaros (1963), inaugurando o chamado terror psicológico.
Posteriormente, O Bebê de Rosemary (Roman
Polanski, 1968) e O Exorcista (William
Friedkin, 1973), mostrariam que o mal poderia entrar em qualquer casa sem
avisar e sem vestir roupas de monstro. Entretanto, esses monstros e figuras
assustadoras ainda seriam bastante explorados nas obras de diretores mais
contemporâneos em roteiros cada vez mais complexos, mergulhando na perversão
humana e no mundo sobrenatural, como George Romero (A Noite dos Mortos Vivos [1968] e toda a sua obra sobre zumbis), Clive
Barker (Hellraiser [1987]), John
Carpenter (A Bruma Assassina [1980], O Enigma de Outro Mundo [1982], Christine – O Carro Assassino [1983], À Beira da Loucura [1994]), Wes Craven (A Hora do Pesadelo [1984], Pânico
[1996]), entre outros.
Ainda que bastante popular, a produção cinematográfica
do gênero terror, até os anos 50, estaria limitada a cinematografia alemã e
norte-americana. Entretando, nos anos 60, esse gênero se expandiria rapidamente
para a cinematografia de um grande número de países e, cada um, criaria uma
identidade própria dentre dele. Na Itália, através das excêntricas obras de
Dario Argento (O Pássaro das Plumas de
Cristal [1970], Suspiria [1977], Phenomena [1985]), Mario Bava (A Maldição do Demônio [1960], O Ciclo de Pavor [1966], Diabolik [1968]), Lucio Fulci (Zombie 2 [1979], The Beyond [1981]), entre outros, surgiria o gênero giallo, onde um assassino em série, onde
só se vê as suas mãos vestidas com luvas pretas de couro, ou alguma entidade
sobrenatural, provoca chocantes assassinatos (e extremamente coloridos),
sobretudo de mulheres, com uma grande exposição de seus corpos, totalmente ou
parcialmente nús. No Brasil, ficaria notória a obra do José Mojica Marins (À Meia Noite Levarei a Sua Alma [1964], Esta noite encarnarei no teu cadáver [1966],
O Despertar da Besta (1969], e seu famoso
personagem, o cruel e sádico agente funerário
Zé do Caixão, figura amoral e niilista, um descrente obsessivo, que não crê em
Deus ou no diabo e é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O
tema principal de sua saga é a busca da “mulher perfeita” que possa gerar o seu
filho e nessa busca ele está disposta a matar quem cruza o seu caminho.
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