quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Gênero Terror


Os filmes de terror nasceram junto com a cinematografia. George Mélies, um dos pioneiros do gênero, filmou, em 1896, Escamotege d'une Dame Chez Robert-Houdin e, em 1912, A Conquista do Pólo, no qual um dos expedicionários era devorado diante das câmaras pelo Abominável Homem das Neves. Posteriormente, o movimento cinematográfico alemão, denominado “Expressionismo Alemão”, teria como a maior parte de suas obras primas, filmes de terror que ganharam platéias de todo o mundo, como O Gabinete do Dr. Caligari (Robert Wiene, 1920), Nosferatu (Friedrich W. Murnau, 1922), O Gabinete da Figuras de Cera (Paul Leni, 1924), entre outros. A partir da década de 30, com o pioneirismo de Tod Browning (Drácula [1931], Freaks [1932]), começam a surgir grandes monstros, fantasmas, vampiros e outras criaturas capazes de provocar medo dominariam as telas dos cinemas nos filmes de terror até os anos 60. Até esse momento, o terror era produzido unicamente por uma figura monstruosa que surgia de repente na tela, anunciada com acordes de piano. Esse padrão só seria quebrado por Alfred Hitchock na década de 60, com seus filmes Psicose (1960) e Os Pássaros (1963), inaugurando o chamado terror psicológico. Posteriormente, O Bebê de Rosemary (Roman Polanski, 1968) e O Exorcista (William Friedkin, 1973), mostrariam que o mal poderia entrar em qualquer casa sem avisar e sem vestir roupas de monstro. Entretanto, esses monstros e figuras assustadoras ainda seriam bastante explorados nas obras de diretores mais contemporâneos em roteiros cada vez mais complexos, mergulhando na perversão humana e no mundo sobrenatural, como George Romero (A Noite dos Mortos Vivos [1968] e toda a sua obra sobre zumbis), Clive Barker (Hellraiser [1987]), John Carpenter (A Bruma Assassina [1980], O Enigma de Outro Mundo [1982], Christine – O Carro Assassino [1983], À Beira da Loucura  [1994]), Wes Craven (A Hora do Pesadelo [1984], Pânico [1996]), entre outros. 


Ainda que bastante popular, a produção cinematográfica do gênero terror, até os anos 50, estaria limitada a cinematografia alemã e norte-americana. Entretando, nos anos 60, esse gênero se expandiria rapidamente para a cinematografia de um grande número de países e, cada um, criaria uma identidade própria dentre dele. Na Itália, através das excêntricas obras de Dario Argento (O Pássaro das Plumas de Cristal [1970], Suspiria [1977], Phenomena [1985]), Mario Bava (A Maldição do Demônio [1960], O Ciclo de Pavor [1966], Diabolik [1968]), Lucio Fulci (Zombie 2 [1979], The Beyond [1981]), entre outros, surgiria o gênero giallo, onde um assassino em série, onde só se vê as suas mãos vestidas com luvas pretas de couro, ou alguma entidade sobrenatural, provoca chocantes assassinatos (e extremamente coloridos), sobretudo de mulheres, com uma grande exposição de seus corpos, totalmente ou parcialmente nús. No Brasil, ficaria notória a obra do José Mojica Marins (À Meia Noite Levarei a Sua Alma [1964], Esta noite encarnarei no teu cadáver [1966], O Despertar da Besta (1969], e seu famoso personagem, o  cruel e sádico agente funerário Zé do Caixão, figura amoral e niilista, um descrente obsessivo, que não crê em Deus ou no diabo e é temido e odiado pelos habitantes da cidade onde mora. O tema principal de sua saga é a busca da “mulher perfeita” que possa gerar o seu filho e nessa busca ele está disposta a matar quem cruza o seu caminho.

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