Extraído de http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/roberto-palmari/
Roberto Palmari (1935-1992) é um cineasta, roteirista, ator e produtor de cinema brasileiro.
Filho de uma abastada família de imigrantes italianos, Roberto Fillipe Palmari nasceu em 5 de junho de 1934. Trabalhou para a extinta TV Tupi, foi um dos criadores da TV Excelsior e entrou para a história da sétima arte tupiniquim, ao realizar os longas “O Diário da Província” e “O Predileto”.
Em 1954 Palmari viajou para a Itália e conheceu o diretor de cinema Federico Fellini, que entre outros, realizou E LA NAVE VA. Estudou literatura e fez estágio na TV Estatal italiana. De volta ao Brasil conseguiu, em 1959, um papel no tele-drama “Urgente (Um namorado para Sheila)”, do diretor Ademar Guerra na extinta TV Tupi. Dirigiu tele-teatros transmitidos ao vivo pela mesma emissora, e realizou o primeiro festival de MPB da televisão Brasileira, lançando cantores como Elis Regina e Edu Lobo. Ainda na Tupi dirigiu o Programa Marisa Urban, sob a redação do escritor Jaime Leitão.
Como publicitário lançou campanhas, comerciais de TV e ganhou muitos prêmios. Criou e dirigiu o Show da Rhodia, lançando a coleção de inverno de 1970. A trilha sonora ao vivo do evento ficou por conta dos Mutantes com direção musical do maestro Julio Medaglia.
Sua primeira realização cinematográfica aconteceu no ano de 1976. O longa “O Predileto”. No elenco Jofre Soares, Suzana Gonçalves e Othon Bastos. O filme levou o Kikito de ouro de melhor filme na 4° edição do Festival de Gramado de 76. Jofre Soares ganhou como melhor ator. Roberto Palmari e Roberto Santos melhor roteiro.
No ano de 1977, a revista masculina Status realizou seu 1° Concurso de Contos Eróticos. Os três contos premiados foram adaptados (por realizadores diferentes) para cinema e reunidos em um filme chamado Contos Eróticos. Palmari foi convidado para adaptar e dirigir o episódio “As três virgens”. Um destaque da produção foi a atriz Carmem Silva. Ela recebeu o prêmio de melhor atriz coadjuvante no XI Festival de Cinema de Brasília.
Em 1978 deu início ao seu terceiro e último projeto cinematográfico, “O Diário da Província”. O filme tem como pano de fundo a crise do café de 1929, e transforma em personagem o jornal rio-clarense de maior expressão nas décadas de 20 e 30: O Alpha. O longa contava com José Lewgoy, Gianfrancesco Guarnieri, Paula Ribeiro e Beatriz Segall. A equipe de pesquisa foi composta por Nelson Anunciato (Fubá), Paula Ribeiro e Fernado Cilento Fitipaldi. Foi premiado no festival de Vantiz na França e vendido para distribuição na Alemanha e França.
Nesse ínterim foi locutor do programa Carnet Social da Rádio PRF2 (Rádio Clube) em Rio Claro, interior de São Paulo. Em dezembro de 1979 lançou, também em Rio Claro, o Momento – A semana passada a limpo. Tablóide com viés político-cultural. Entre seus colaboradores se destacavam: a fotógrafa Claudia Andujar, Jaime Leitão, Henfil e Ignácio Loyola Brandão. Com o fim do Momento, Palmari ainda tentou publicar a Folha Solta, mas a empreitada não passou dos primeiros números.
No ano de 1992 sofreu aneurisma cerebral e foi transferido para Porto Alegre, onde faleceu no dia 3 de outubro.
Em 1993 foi aprovado um Projeto de Lei (nº.08/93) dando o nome do renomado cineasta rio-clarense Roberto Palmari, ao local, que passou a ser conhecido como Centro Cultural Roberto Palmari.
Hoje o Centro Cultural Roberto Palmari é palco de inúmeras ações culturais, tais como cursos de teatro, oficinas variadas, cursos de dança, festivais de dança, apresentações teatrais, exibição de filmes, encontros de escritores, atividades musicais, entre muitas outras atividades voltadas para o desenvolvimento sócio-cultural dos cidadãos rio-clarenses pertencentes aos mais variados segmentos da nossa comunidade.
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