por Angela Bito
Um presente, um abraço, um beijo, um suspiro. Na maioria das vezes, a felicidade é feita por pequenos momentos, detalhes do nosso dia-a-dia que deixamos passar, mas que fazem a diferença e o nosso bom humor. "Depois da Vida" (Wandafuru Raifu - 1998) é um filme que nos faz repensar como vemos essas gotas de felicidade, diluídas ao longo de nossos dias. Nos faz pensar que a maioria dessas gotas passa por nossos olhos sem que as aproveitemos. Quando nos damos conta, já é tarde demais.
Claro que "Depois da Vida" se passa depois que os personagens morrem. Antes de irem ao chamado paraíso, os mortos do filme passam por uma espécie de pensão, na verdade, uma estação intermediária entre o céu e a terra. Lá, auxiliados por funcionários (guias) que também passaram desta para melhor, os mortos têm três dias para escolher qual momento, dentre todas as memórias de sua vida, querem conservar para sempre. Uma só lembrança será conservada – as outras serão sumariamente deletadas de suas memórias. Escolha injusta, claro, mas como brigar com o desconhecido? Se a felicidade é feita dos pequenos momentos, como levá-la de forma completa para a eternidade? No fim, teremos várias respostas desse pequeno enigma de espaço/tempo.
No documentário "Janela da Alma", o cineasta Walter Lima Jr diz que passou a enxergar a realidade pelo cinema. Os mesmos filmes que levaram a realidade ao cineasta brasileiro e a tantos outros apaixonados pelo cinema são os que ficam para a eternidade em "Depois da Vida". Uma vez escolhido o momento, os funcionários desse local fazem de tudo para recriar e filmar, em estúdio mesmo, a passagem, de acordo com a memória dos mortos. Alguns sabem exatamente qual momento escolher. Outros pensam, repensam, escolhem duas ou três vezes. Outros se recusam a escolher um único momento, pelo excesso ou pela falta deles. No fim da rápida jornada, os mortos assistem a seus filmes em um pequeno cinema. Rumo à eternidade, eles levam essas imagens filmadas na memória.
"Depos da Vida" é o segundo longa do diretor japônes Hirokazu Kore-eda e chega ao Brasil com quatro anos de atraso depois de ter ganho vários prêmios, inclusive o Festival de Cinema Independente de Buenos Aires. Já havia freqüentado várias mostras no país (inclusive a 22ª Mostra SP), mas não tinha sido liberado em pequeno circuito.
Lúdico, belo e, em alguns trechos, depressivo, "Depois da Vida" faz com que pensemos como estamos aproveitando os pequenos momentos. Já que ainda temos a chance de aproveita-los, que façamos enquanto estamos vivos. Dá vontade de degustar, sem pressa alguma, cada momento como se esse fosse o levado para a eternidade. Carpe Diem.
Claro que "Depois da Vida" se passa depois que os personagens morrem. Antes de irem ao chamado paraíso, os mortos do filme passam por uma espécie de pensão, na verdade, uma estação intermediária entre o céu e a terra. Lá, auxiliados por funcionários (guias) que também passaram desta para melhor, os mortos têm três dias para escolher qual momento, dentre todas as memórias de sua vida, querem conservar para sempre. Uma só lembrança será conservada – as outras serão sumariamente deletadas de suas memórias. Escolha injusta, claro, mas como brigar com o desconhecido? Se a felicidade é feita dos pequenos momentos, como levá-la de forma completa para a eternidade? No fim, teremos várias respostas desse pequeno enigma de espaço/tempo.
No documentário "Janela da Alma", o cineasta Walter Lima Jr diz que passou a enxergar a realidade pelo cinema. Os mesmos filmes que levaram a realidade ao cineasta brasileiro e a tantos outros apaixonados pelo cinema são os que ficam para a eternidade em "Depois da Vida". Uma vez escolhido o momento, os funcionários desse local fazem de tudo para recriar e filmar, em estúdio mesmo, a passagem, de acordo com a memória dos mortos. Alguns sabem exatamente qual momento escolher. Outros pensam, repensam, escolhem duas ou três vezes. Outros se recusam a escolher um único momento, pelo excesso ou pela falta deles. No fim da rápida jornada, os mortos assistem a seus filmes em um pequeno cinema. Rumo à eternidade, eles levam essas imagens filmadas na memória.
"Depos da Vida" é o segundo longa do diretor japônes Hirokazu Kore-eda e chega ao Brasil com quatro anos de atraso depois de ter ganho vários prêmios, inclusive o Festival de Cinema Independente de Buenos Aires. Já havia freqüentado várias mostras no país (inclusive a 22ª Mostra SP), mas não tinha sido liberado em pequeno circuito.
Lúdico, belo e, em alguns trechos, depressivo, "Depois da Vida" faz com que pensemos como estamos aproveitando os pequenos momentos. Já que ainda temos a chance de aproveita-los, que façamos enquanto estamos vivos. Dá vontade de degustar, sem pressa alguma, cada momento como se esse fosse o levado para a eternidade. Carpe Diem.
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