domingo, 11 de abril de 2010

Crítica: Los Bastardos (Amat Escalante, 2008)

publicado originalmente em inglês por Joey Munõz em http://www.imdb.com/title/tt0841922/usercomments

Los bastardos é um filme sobre dois solitários imigrantes mexicanos em Los Angeles, que são forçados a passar uma noite com uma também solitária mulher americana, sob circunstâncias extremas. Esses dois imigrantes são Jesús e Franco. Quando se ouve o primeiro tiro, Fausto, o mais novo, deixa para trás a bola que estava brincado, deixando para trás a sua inocência, para ser contratado, ao lado de Jesús, para matar alguém. O enredo faz as pessoas pensarem que o filme é um thriller de ritmo intenso ou algo como um calvário em Funny Games (Michael Haneke, 1997). Mas não, esta película é como um filme do também mexicano Carlos Reygadas: há a ação mas não há uma reação; há a contemplação do momento. Isso dá ao expectador tempo para refletir e deixar os sentimentos se aprofundarem; particularmente sobre o estilo de vida dos trabalhadores mexicanos nos Estados Unidos, que é algo bastante triste de se assistir.

A história do filme é levada em um ritmo muito lento e cada tomada leva a algo que era inesperado. O uso de não-atores e uma belíssima fotografia da cidade de Los Angeles tornam as situações vividas no filme extremamente autênticas. Sim, é um filme deliberadamente lento, que usa esse ritmo para construir sentimentos, para então destruí-los no final. Um filme muito bem dirigido onde a linguagem da câmera fala para a platéia. Ao final, pensei que esse filme era mesmo o que eu precisava assitir na época e que eu poderia vê-lo novamente para analisar sua belíssima fotografia e seu ritmo fascinante. Este filme é um tipo bastante peculiar de cinema, extremamente bem realizado, que se não consegue ser alçado à categoria de obra prima é porque não estamos acostumados com um filme tão determinado a ser profundo.

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